Diretor-superintendente da Abit destaca potência da Bahia na indústria têxtil e qualidade do algodão
30/10/2024
Estado possui cerca de 400 indústrias têxteis e de confecções, que geram mais de 35 mil postos de trabalho. Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) realiza, nesta quarta (30) e quinta-feira (31), o 9º Congresso Internacional em Salvador
Mário Marques
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) realiza, nesta quarta (30) e quinta-feira (31), o 9º Congresso Internacional no Senai Cimatec, no bairro de Piatã, em Salvador. Ao g1, Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da entidade, disse que escolha da capital baiana para sediar o congresso acontece por causa da economia em ascensão e riqueza cultural do estado.
"A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, produzindo mais de 300 mil toneladas por ano. O estado também tem uma economia criativa relevante e se destaca pela música, artes e letras. Há uma série de manifestações que trazem vibração para o setor têxtil na Bahia, com uma criação autêntica e base industrial pujante", disse Fernando Pimentel.
Atualmente, a Bahia possui mais de 400 indústrias têxteis e de confecções, que geram mais de 35 mil postos de trabalho. Em 2023, a produção estadual foi de 200 mil toneladas e o faturamento médio alcançado pelo setor foi de 9,5 bilhões de reais.
Segundo Pimentel, o estado tem possibilidades para obter ganhos muito maiores do que os atuais, por causa das condições de logística e, principalmente e da "qualidade excepcional" do algodão.
"A Bahia tem potencial de dobrar sua participação no setor têxtil. Isto porque é natural que se queira agregar valor dentro do território geográfico, no espaço geográfico baiano, a essa matéria-prima que é fundamental para a indústria. O potencial de geração de empresas no estado é muito grande e todos os governos querem, de uma maneira muito clara, promover a inovação, a tecnologia e emprego de qualidade", comentou.
Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
Divulgação
A cotonicultura, fabricação de algodão na Bahia, possui o registro da maior produtividade de sequeiro do mundo, com 320 arrobas por hectare. De acordo com Pimentel, o desenvolvimento tecnológico e científico reforça a posição importante do estado no cenário internacional.
O maior laboratório de análise de fibras da América Latina fica no município de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste, que investe em pesquisas modernas de melhoramento genético, por exemplo.
"A Bahia, pelo mercado consumidor, posição geográfica, logística, porto, população e por toda essa vínculo com a economia criativa, sem dúvida nenhuma poderá ser uma rota de desenvolvimento e atração de investimento, nacional e internacional", finalizou.
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Mateus Pereira/GOVBA
Em entrevista ao g1, Vladson Menezes, Superintendente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), falou sobre um estudo inédito contratado pelo Governo do Estado e realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI - Inteligência de Mercado e do Senai Cimatec.
Divulgado nesta quarta-feira, o levantamento apresentou dados relevantes do segmento na esfera estadual. Conforme ele, além da boa qualidade do algodão, a Bahia detém uma boa logística, por causa da proximidade com os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem economia em destaque.
"Cabe a gente ver uma política que potencializa o setor têxtil no estado e uma proposição de políticas públicas na Bahia. Neste estudo, nós destacamos a posição da Bahia no setor, já que possui hoje a segunda maior produção de algodão no país, mas que ainda tem potencial de crescer mais na indústria têxtil", afirmou.
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Assim como Fernando Pimentel, diretor-presidente da Abit, Vladson Menezes também destacou o uso da tecnologia na indústria têxtil como fator preponderante para criação de novos processos, aumento da produtividade e fortalecimento da economia.
Veja curiosidades sobre o cenário do algodão na Bahia:
🌱 A Bahia é responsável por 20,7% da safra nacional.
💰 A produção de algodão movimentou R$ 7,3 bilhões entre 2022 e 2023. Em relação ao período anterior, o aumento foi de 7%.
➕ O algodão é o 2º produto agrícola com o maior valor na Bahia, representando 16,9% do total do estado, atrás apenas da soja;
🚚 Também houve crescimento na quantidade de algodão produzido no estado, que passou de 1,271 milhão para 1,453 milhão de toneladas no período.
📍 As cinco cidades que mais produzem algodão na Bahia são São Desidério, Formosa do Rio Preto, Correntina, Riachão das Neves e Barreiras.
9° Congresso Internacional da Abit
Congresso Internacional da Abit reúne empresários de toda a cadeia produtiva
Divulgação
Promovido anualmente pela Abit desde 2016, a iniciativa reúne empresários de toda a cadeia produtiva, executivos, pesquisadores, especialistas, autoridades, além de formadores de opinião do Brasil e do mundo. Nesta quarta-feira, o evento contou com as presenças do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do vice, Geraldo Júnior (MDB).
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Com o tema “Conexões Brasil – Mundo: Caminhos Estratégicos para Competitividade”, o congresso discutirá o posicionamento estratégico da indústria têxtil e de confecção brasileira no mercado global.
Durante a programação, são tratadas questões que impactam todo o ecossistema da moda, fatores históricos que explicam por quais razões o Brasil ocupa posição que poderia ser mais significativa no mercado global, considerando o porte da indústria nacional, além das barreiras enfrentadas para aumentar sua competitividade. Também serão exploradas tendências, cenários e direcionadores estratégicos do setor têxtil global.
Entre os palestrantes confirmados no evento estão: o embaixador Roberto Azevedo, ex-Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (2013-2020); Anna Araripe, responsável pelas categorias Moda, Beleza, Esportes, Saúde, Brinquedos, Entretenimento e Supermercado do Mercado Livre; Cassiano Lemos, COO do Grupo AZZAS 2154; David Olave, Associado e Conselheiro de Política Comercial da Sandler, Travis & Rosenberg, P.A.; e José Gordon, Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, entre outros.
O Congresso Abit conta com os parceiros DeMillus, SENAI Cetiqt e Vicunha, além do apoio institucional da Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira, uma parceria da Abit com a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
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